quinta-feira, 26 de setembro de 2013

DESABRIGO


É quando aquele meio metro de distância fica do tamanho de uma volta ao mundo em noventa encarnações.
Ceronha




domingo, 22 de setembro de 2013

Choro pianíssimo



Domingo judia. Pra uma saudade, voz do meu Ceará. Grata, Rodger Franco de Rogério.






sábado, 21 de setembro de 2013

Un senso


Porque não existe melhor canção pra doer aos berros no chuveiro e quando ela entra em NON TI MUOVERE sou toda o coração de Timo perdendo Itália.




terça-feira, 10 de setembro de 2013

Deja


Para ouvidos pré-históricos.




segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Mais do mesmo


Então...
Nos anos noventa Minnie Driver e Matt Damon juntos era muita inspiração. Prazer revê-la, querida "Skylar".




domingo, 8 de setembro de 2013

Sociedade dos poetas mortos


Domingo, tempo indeciso entre o "chove" e o "não molha", nenhuma pressa para decidir qual filme repetiríamos. Começamos com um que exigia muito. Preguiça de explicar a categoria "filme exigente". Trocamos por outro citado aqui esses dias. Então pra variar vai o título original: Good Will Hunting.
Ofereci meu colo a um marido já derretido no sofá. Aceitou. Os planos de cochilar sem culpa enquanto durasse a conhecida película foram abandonados de modo igualmente livre de pesar. Guardamos desde a tenra juventude uma identificação qualquer com aquilo. Simples e bobo(?) assim. Vidrados até que subissem todos os créditos e o digníssimo se levanta continuando a canção que rolava. Aguinha no rosto e havaianas no pé seguimos até a padaria preferida, cuja distância pede carro. Na "viagem" comentários soltos, sem pretensão de virar conversa séria. Até quando...

EU- Sabia que boa parte das canções do filme são do Elliott Smith? E que ele morreu com duas(?) facadas aos trinta e poucos? Parece que foi suicídio. Depressão, drogas...

Breve silêncio.

ELE- As pessoas que constroem coisas belas precisam de cuidado redobrado. O resto (das pessoas) tá muito ocupado com a desgraça pra enxergar sentido nessas delicadezas. Então os da criação começam a achar que não cabem aqui, ou que não querem desse jeito. Aí...

Pausa. Lembrou ainda nomes de outros.
Volto para casa pensando nos meus poetas mortos.
Termino o lanche desviando a culpa, pelo mal estar, para o creme de cebola que recheia um de nossos pães favoritos. Ligo o computador buscando distração e fuga em alguma novidade bem tamborilense. A pracinha do "face" desanimadinha que só. O mouse vai puxando, puxando, puxando...Ôpa!  Alguém postou um link do jornal O Povo, lá do meu Ceará, com textos inéditos do Airton Monte (ah, como eu gostava dele!). A Bárbara, sua filha, tinha falado sobre estes escritos recentemente lá mesmo na rede. Entro. De lá trago estas palavras do cronista maior:

"Assim carrego meus mortos. E não me doem nada. São leves, suaves, vagarosos e brilham como pirilampos. Assim como vocês, Sitônio, Buy. Meu coração se expandindo como uma anêmona ao ser tocada. Fiquem minhas mãos trêmulas e escrevam um verso, deixem que as palavras cumpram seu destino mágico de estender as pontes sobre todos os abismos". (A.M)

Enquanto lia, o digníssimo se despediu com um beijo.

- Vou ali tentar descobrir o que é isto que eu chamo de eu.

Nada grave. Recolheu-se em meditação. Enquanto ainda penso naqueles "meus" que se foram por não caber aqui ou não desejarem o que está posto. "Prefeririam(os delicados) morrer", diria Carlinhos (Drummond de Andrade). Insegura entre "pontes" e  "asperezas", pelejo. Ainda canto.

Ceronha Pontes 
Recife-PE





quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Afogada


E o pobre coração entalado na garganta, sob que tempero finalmente desceria? 
Afiada a faca, não importando a pouca fé, comecemos pelas tradicionais ervas finas e um punhado de canções.

Ceronha




Banana frita à Botero


Escultura de Botero

ELE(suspirando)- Minha Botero!
ELA- Começo o regime ou preparo uma Cartola*?
ELE- A Cartola, meu amor.

Ceronha(em óbvia parceria)

* Tradicional sobremesa pernambucana feita com banana frita, açúcar, canela e queijo manteiga.


terça-feira, 3 de setembro de 2013

Vaidade


Arrumar os papéis, devolver pra estante os livros espalhados...
Quando peguei n'A Confissão da Leoa, do Mia Couto, que li há algumas semanas, passei veloz as páginas e notei que uma estava dobrada. Ainda faço essa maldade com meus livros. Um amigo escritor só me emprestava se eu fosse ler na casa dele, onde só era permitido abrir o livro num ângulo de 45 graus. O exagero é porque, segundo ele, meus livros eram "redondos", de tão gastos. Melhorei um tanto, mas, ai, que vez em quando!  Pois bem, neste Mia, apenas uma folha maltratada e fiquei curiosa sobre o que havia ali que eu não pudesse esquecer de jeito nenhum. Comecei. Fui, fui, fui atééééé a penúltima linha...
A última era uma fala do Avô da Leoa:

- Cuidado, minha neta. Escrever é perigosa vaidade. Dá medo aos outros...
                                                                                                             

Ceronha Pontes



domingo, 1 de setembro de 2013